학술논문

ANÁLISE DOS DOADORES FENOTIPADOS DO SERVIÇO DE HEMOTERAPIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS (HCPA) DE PORTO ALEGRE
Document Type
article
Source
Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 45, Iss , Pp S640- (2023)
Subject
Diseases of the blood and blood-forming organs
RC633-647.5
Language
English
ISSN
2531-1379
Abstract
Objetivos: Avaliar os dados dos doadores de sangue fenotipados do Serviço de Hemoterapia do HCPA quanto ao grupo sanguíneo, sexo, idade, frequência de doação e perfil fenotípico. Material e métodos: Os dados dos doadores foram levantados a partir de uma pesquisa em banco de dados (query) utilizando os seguintes filtros: identificação do doador, sexo, idade e data de nascimento, grupo sanguíneo, frequência de doação (primeira vez, esporádico ou repetição) e fenótipo registrado para os sistemas Rh, Kell, Duffy, Kidd, MNS, Diego, Lewis, Lutheran. O período avaliado foi de maio de 2015 até maio de 2023. Os dados foram analisados através do programa Excel(R). Resultados: Foram analisados os dados de 13.408 doadores, dos quais a maioria eram do grupo O+ (5.313‒39,6%), seguidos de O- (3.520‒26,3%), A+ (2.470‒18,4%), A- (1.904‒14,2%), B+ (96‒0,7%), B- (74‒0,5%), AB+ (19‒0,2%) e AB- (14‒0,1%). Um total de 7.320 (54,6%) doadores eram homens e 6.088 (45,4%) mulheres. Em relação a frequência, a maioria dos doadores são esporádicos (9.040‒67,4%), seguido de doadores de repetição (3.954‒29,5%) e doadores de primeira vez (414‒3,1%). A distribuição fenotípica foi avaliada apenas nos doadores com fenotipagem estendida para os principais antígenos de cada sistema. Com relação ao sistema Rh, a distribuição entre os doadores Rh(D) positivos (5421) R1R1: 1257 (23,2%), R2R2: 172 (3,2%), R0r: 513 (9,5%), R1r: 1992 (36,7%), R2r: 716 (13,2%), R1Rz (Rzr’;R1ry): 37 (0,7%), R2Rz (Rzr”; R2ry): 8 (0,1%), R1R2 (R1r”;R2r’;Rzr;R0Rz;R0ry): 726 (13,4%), e dos Rh(D) negativos (4137) rr: 3731 (90,2%), r'r: 271 (6,6%), r”r: 97 (2,3%), r'r’: 3 (0,1%), r”r”: 3 (0,1%), r'r”: 32 (0,8%). Quanto ao sistema Kell, 10186 foram fenotipados apenas para o antígeno K, sendo 9727 (95,5%) negativos e 4,5% positivos, 238 foram fenotipados para K e k, com distribuição K+k+: 233 (95,9%), K+k-: 1 (0,4%), K-k+: 4 (1,6%). Quanto ao sistema Duffy, 5337 doadores foram fenotipados para ambos os antígenos, com distribuição: Fy(a+b+): 2040 (38,2%), Fy(a+b-): 1212 (22,7%), Fy(a-b+): 1897 (35,5%), Fy(a-b-): 188 (3,5%). Quanto ao sistema Kidd, 5453 foram fenotipados, com distribuição Jk(a+b+): 2668 (48,9%), Jk(a+b-):1571 (28,8%), Jk(a-b+): 1214 (22,3%). Para o sistema MNS, antígenos S e s, foram fenotipados 4989 doadores, sendo S+s+: 2123 (42,6%), S+s-: 576 (11,5%), S-s+: 2284 (45,8%), S-s-: 6 (0,1%). Discussão: A maior prevalência de doadores fenotipados do grupo O ocorre devido à seleção destes para o atendimento dos pacientes de todos os grupos ABO. Em relação à frequência de doação, observamos que a grande maioria retornam ao nosso serviço, e que aproximadamente 30% é de repetição, facilitando a manutenção do estoque de bolsas fenotipadas. O cadastro de doadores fenotipados é de grande auxílio no atendimento de pacientes aloimunizados ou daqueles que necessitam de profilaxia para aloimunização. Além disso, o cadastro possibilitou a identificação de doadores com fenótipo raro, e a participação do nosso serviço no cadastro nacional de sangue raro. Conclusão: Conhecer o perfil fenotípico eritrocitário dos nossos doadores nos fornece informações importantes para a manutenção dos estoques e atendimento de pacientes aloimunizados que necessitam de suporte transfusional. A convocação de doadores fenotipados deve ser um trabalho conjunto entre os setores de imuno-hematologia e captação, e o seu sucesso garante a qualidade e segurança transfusional dos pacientes.