학술논문

Tratamento da Distonia Laríngea com Toxina Botulínica
Document Type
article
Source
Gazeta Médica, Vol 6, Iss 1 (2019)
Subject
Distonia/tratamento
Doenças da Laringe/tratamento
Toxina Botulínica/uso terapêutico
Medicine
Medicine (General)
R5-920
Language
English
Portuguese
ISSN
2183-8135
2184-0628
Abstract
INTRODUÇÃO: A distonia laríngea focal engloba um conjunto de processos patológicos, caracterizados por contrações involuntárias e intermitentes dos músculos intrínsecos da laringe, que podem prejudicar predominantemente a fonação ou a respiração. A injeção de toxina botulínica nos músculos afetados provoca uma paralisia transitória, permitindo um bom controlo sintomático nestes pacientes. MÉTODOS: Análise retrospetiva dos doentes com distonia laríngea submetidos a tratamento com toxina botulínica no Serviço de ORL do CHVNG/E, entre janeiro/2011 e dezembro/2016. RESULTADOS: Durante o período de 6 anos foram identificados 11 doentes com distonia laríngea (91% sexo feminino, idade média 42 anos). Neste grupo 45,5% apresentavam distonia laríngea fonatória de tipo adutor e 9,1% de tipo misto, enquanto 45,5% apresentavam distonia laríngea respiratória. Estes pacientes foram submetidos a 43 injeções de toxina botulínica (média de quatro procedimentos/doente), em que 39,5% foram realizadas em ambulatório sob controlo eletromiográfico e 60,5% ocorreram sob anestesia geral. As injeções foram unilaterais em 30,2% e bilaterais em 67,4%. A dose média injetada foi de 11,7 U por sessão. A melhoria sintomática parcial ou total ocorreu em 83,7%, com ocorrência de episódios de engasgamento para líquidos após 20,9% dos procedimentos. A mediana de duração do benefício da toxina botulínica foi de 7 meses. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A distonia laríngea tem origem em alterações neurológicas crónicas do processamento motor central e, devido às dificuldades no seu diagnóstico, ocorrem consideráveis atrasos no início de uma intervenção terapêutica apropriada. Entre as inúmeras propostas de tratamentos médicos e cirúrgicos, a toxina botulínica mantém-se, na atualidade, como o tratamento de primeira linha, embora a otimização individual da dose terapêutica possa condicionar os resultados iniciais.