학술논문

ESTRATÉGIAS DE DISPERSÃO, PRODUÇÃO DE FRUTOS E EXTRATIVISMO DA PALMEIRA Astrocaryum jauari MART. NOS IGAPÓS DO RIO NEGRO: IMPLICAÇÕES PARA A ICTIOFAUNA.
Document Type
Article
Source
Ecologia Aplicada. 2003, Vol. 2 Issue 1, p31-40. 10p.
Subject
*PALMS
*FRUIT development
*BOTANY
*BIOMASS
*FOREST ecology
Language
Portuguese
ISSN
1726-2216
Abstract
Astrocaryum jauari é a palmeira mais freqüente nos igapós do Rio Negro, na Amazônia brasileira, medindo era torno de 20 m de altura, encontrada raramente isolada e comumente formando touceiras com 4 a 6 indivíduos de tamanhos distintos, oriundos a partir de um único rizoma. A abscisão dos frutos ocorre durante o pico das cheias e inicio da descida das águas, sendo estes consumidos por peixes. A palmeira tem valor comercial sendo dela extraído palmito que, por cerca de 20 anos, até 1998, constituiu a base da produção industrial de palmito na Amazônia Central. Este estudo visou estabelecer a dinâmica de produção sazonal e biomassa de frutos de A. jauari em relação aos níveis de inundação de sua área de ocorrência e suas implicações em termos da dispersão e distribuição local da palmeira. Observações sistemáticas foram conduzidas na Estação Ecológica doArquipélago das Anavilhanas, perfazendo uma área total de levantamento de 5.000 m². Determinou-se a densidade relativa de A. jauari em relação ao nível e duração da inundação anual. A produção de frutos foi acompanhada semanalmente em plantas individuai. Dados sobre peixes foram obtidos por meio de coletas, entrevistas e literatura. A. jauari ocorre das porções mais elevadas às mais baixas da planície alagável, inundadas de 270 a 340 dias/ano. 125 indivíduos de A. jauari ocorreram nos 5.000 m² amostrados, equivalendo a uma densidade de 250 ind/ha nas Anavilhanas. Apenas plantas adultas diretamente expostas à luz produziram frutos, cada estipe 4 cachos ao ano, com cerca de 90 cm de comprimento, e 106 frutos por cacho. Cada fruto pesou em média 17 g, equivalendo à produção de 6,60 kg/palmeira/ano (peso fresco). 16 espécies de peixes exploram os frutos da palmeira, 10 possíveis dispersoras, dentre elas, 3 também predadoras. Pela ausência de estruturas para flutuação, quando na água os propágulos afundam e, se as condições forem hipóxicas, ocorrerá a morte do fruto e semente. Todas as sementes coletadas boiando estavam podres, descartando a hidrocoria como estratégia de dispersão e, apontando a ictiocoria como mecanismo para a colonização de novos habitats por A. jauari. O elevado conteúdo calórico de vitamina A pode ser atrativo para a busca desse recurso pelos peixes. Em porções alagadas por curtos períodos os frutos podem ficar acumulados próximos a planta adulta (barocoria), ou deslizar pelo relevo em virtude do seu peso, possivelmente com auxílio da ação da água (barocoria + deslizamento), aumentando a densidade local da planta. As espécies ocorrendo nas mesmas faixas de distribuição de A. jauari apresentam a hidrocória e ictiocoria como estratégias de dispersão predominantes, e grande tolerância a prolongados períodos de inundação.… [ABSTRACT FROM AUTHOR]