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O que mudou entre os períodos de pico e de platô durante a primeira onda do SARS-CoV-2? Estudo multicêntrico português em unidades de cuidados intensivos
Document Type
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Author
Rui Antunes Pereira; Marta Sousa; José Pedro Cidade; Luís Melo; Diogo Lopes; Sara Ventura; Irene Aragão; Raul Miguel de Freitas Lima Neto; Elena Molinos; Ana Marques; Nelson Cardoso; Flávio Marino; Filipa Brás Monteiro; Ana Pinho Oliveira; Rogério C Silva; André Miguel Neto Real; Bruno Sarmento Banheiro; Renato Reis; Maria Adão-Serrano; Ana Cracium; Ana Valadas; João Miguel Ribeiro; Pedro Póvoa; Camila Tapadinhas; Vítor Mendes; Luís Coelho; Raquel Maia; Paulo Telles Freitas; Isabel Amorim Ferreira; Tiago Ramires; Luís Silva Val-Flores; Mariana Cascão; Rita Alves; Simão C Rodeia; Cleide Barrigoto; Rosa Cardiga; Maria João Ferreira da Silva; Bruno Vale; Tatiana Fonseca; Ana Lúcia Rios; João Camões; Danay Pérez; Susana Cabral; Maria Inês Ribeiro; João João Mendes; João Gouveia; Susana Mendes Fernandes
Source
Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Vol 34, Iss 4, Pp 433-442 (2023)
Subject
Language
English
Spanish; Castilian
Portuguese
Spanish; Castilian
Portuguese
ISSN
1982-4335
0103-507x
0103-507x
Abstract
RESUMO Objetivo: Analisar e comparar as características de pacientes críticos com a COVID-19, a abordagem clínica e os resultados entre os períodos de pico e de platô na primeira onda pandêmica em Portugal. Métodos: Este foi um estudo de coorte multicêntrico ambispectivo, que incluiu pacientes consecutivos com a forma grave da COVID-19 entre março e agosto de 2020 de 16 unidades de terapia intensiva portuguesas. Definiram-se as semanas 10 - 16 e 17 - 34 como os períodos de pico e platô. Resultados: Incluíram-se 541 pacientes adultos com mediana de idade de 65 [57 - 74] anos, a maioria do sexo masculino (71,2%). Não houve diferenças significativas na mediana de idade (p = 0,3), no Simplified Acute Physiology Score II (40 versus 39; p = 0,8), na pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio (139 versus 136; p = 0,6), na terapia com antibióticos na admissão (57% versus 64%; p = 0,2) ou na mortalidade aos 28 dias (24,4% versus 22,8%; p = 0,7) entre o período de pico e platô. Durante o período de pico, os pacientes tiveram menos comorbidades (1 [0 - 3] versus 2 [0 - 5]; p = 0,002); fizeram mais uso de vasopressores (47% versus 36%; p < 0,001) e ventilação mecânica invasiva na admissão (58,1% versus 49,2%; p < 0,001), e tiveram mais prescrição de hidroxicloroquina (59% versus 10%; p < 0,001), lopinavir/ritonavir (41% versus 10%; p < 0,001) e posição prona (45% versus 36%; p = 0,04). Entretanto, durante o platô, observou-se maior uso de cânulas nasais de alto fluxo (5% versus 16%; p < 0,001) na admissão, remdesivir (0,3% versus 15%; p < 0,001) e corticosteroides (29% versus 52%; p < 0,001), além de menor tempo de internação na unidade de terapia intensiva (12 versus 8 dias; p < 0,001). Conclusão: Houve mudanças significativas nas comorbidades dos pacientes, nos tratamentos da unidade de terapia intensiva e no tempo de internação entre os períodos de pico e platô na primeira onda da COVID-19.